Profissão de Gestão de Risco e as Mudanças Climáticas

Em dezembro de 2015, o The IRM (Instituto de Gestão de Risco Inglês, www.theirm.org) fez uma pesquisa para avaliar o nível de atenção que as empresas estavam dando às Mudanças Climáticas e seu possível impacto em suas organizações.
Quase dois terços das respostas indicaram que pouca atenção está sendo dada pelas organizações às questões das mudanças climáticas.

Não é preciso dizer que as mudanças climáticas são uma questão que pode ser extremamente complexa e incerta, já que é difícil identificar as ações necessárias para superar seus possíveis efeitos.

Conforme o mundo se torna mais populoso, urbanizado e próspero, a demanda por energia, alimento e água aumentará. Porém, os recursos naturais do nosso planeta para atender a essa demanda são finitos. Como ainda não atendemos nossas necessidades de desenvolvimento, somos altamente dependentes de combustíveis fósseis o que, por sua vez, gera emissões de carbono e aumenta a temperatura global.

A ligação entre as mudanças climáticas e a escassez de recursos aumenta o impacto do nosso desenvolvimento econômico.
Confrontados com esses riscos, muitas pessoas estão esperando soluções dos governos. No entanto, na prática, as ações políticas continuarão sendo imprevisíveis, inconsistentes e reativas.

As empresas devem tomar a liderança e mitigar os danos ambientais enquanto, simultaneamente, se esforçam para manter as organizações ágeis e resilientes. Sustentabilidade é um dos principais fatores pelos quais as empresas são e serão julgadas por seus funcionários, mercados e pela sociedade, e isso com certeza exigirá uma melhor capacidade das empresas de medir e informar o impacto de suas decisões sobre o meio-ambiente.

Em 2016 a Pesquisa do CEO (19ª edição) apresentada pela PwC no Fórum Econômico Mundial revelou que as Mudanças Climáticas e Escassez de Recursos são um das três tendências que o CEO acredita que provavelmente mudarão as expectativas dos stakeholders sobre as empresas.

Contudo as seguidas crises econômicas enfrentadas pelas empresas tem reduzido a atenção dos CEO para as questões climáticas em detrimentos de riscos que trazem impacto aos resultados econômicos de forma mais imediata como: questões relacionadas a conflitos comerciais internacionais, protecionismo, incerteza geopolítica e ameaças cibernéticas. Na 22 ª edição da mesma pesquisa, em 2019) a questão de mudanças climáticas e danos ao meio ambiente já não povoa os top 10.

É importante que gerentes de riscos estejam cientes das implicações das mudanças climáticas e auxiliem suas organizações com uma atuação proativa e estratégica na identificação das possíveis consequências e as ações que devem ser tomadas. Medidas de mitigação do risco apenas podem ser adequadamente discutidas após a identificação e mensuração do risco.

Além de tomar ações visando minimizar qualquer contribuição às mudanças climáticas, todas as organizações precisam realizar uma avaliação de possíveis consequências. A avaliação ajudará a identificar os controles, planos de contingência e outras ações necessárias que aumentarão a resiliência da organização.

Referências:
https://www.pwc.com.br/pt/estudos/preocupacoes-ceos/ceo_survey/2016.html

https://www.pwc.com.br/pt/estudos/preocupacoes-ceos/ceo_survey.html

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