As prioridades para os Conselhos de Administração _vicenzisantiago

As prioridades para os Conselhos de Administração e a relevância do “Tone at the Top”

Esse ano de 2020 custa a passar mesmo com uma torcida crescente para que todos os desafios trazidos pela pandemia do novo coronavirus fiquem para traz. Foi e continuará sendo desafiador definir a pauta dos Conselhos de Administração. Nesses primeiros meses da convivendo com o visitante indesejado da  COVID-19 forçou as organizações a focarem na gestão de crises e continuidade dos negócios para se adaptar à rápida mudança nos negócios e na sociedade.

 

Quais assuntos devem ter ocupado a agenda dos Conselhos em 2020 e precisam persistir nesse contexto desafiador?

 

Considerar o risco de disrupção global na estratégia e no gerenciamento de riscos

No momento pré-COVID-19 os membros do conselho já estavam analisando os impactos dos riscos disruptivos sobre o gerenciamento de riscos nas organizações. A disrupção geopolítica, tecnológica, digital, social e ambiental deve ser monitorada pelas empresas afim de identificar riscos e oportunidades relacionados e fornecer alertas prévios para a Alta Administração no que se refere a necessidade de ajustes na estratégia da organização.

 

Alinhar o lucro com o propósito da empresa

Os stakeholders (investidores, clientes, funcionários etc.) estão cada vez mais desafiando as organizações a compreenderem que existe uma ligação intrínseca entre propósito e lucro, questionando como as organizações estão lidando com temas ambientais, sociais e de governança corporativa – Environmental, Social & Governance (ESG) – no contexto de criação de valor a longo prazo.

 

Desenvolver talentos dentro do Conselho, alinhados com a estratégia da organização

O mundo dos negócios está mudando rápido, requerendo maior diversidade dentro dos Conselhos: habilidades, experiência, gênero e raça/etnia. Para acompanhar as atuais demandas e um cenário extremamente volátil no ambiente dos negócios, os Conselhos estão cada vez mais preocupados em alinhar a sua composição com a estratégia da empresa, tanto para a situação atual quanto para o futuro.

 

Definir o tom e monitorar a cultura corporativa

É muito importante que a alta gestão entenda a cultura real (prática versus regras formalizadas) da organização, observando o clima no nível intermediário da gestão e nas bases da corporação.

 

Ter visão holística de “cybersecurity” e privacidade de dados

Muitas organizações ainda precisam de uma abordagem mais rigorosa e holística da governança de dados, que inclui integridade, proteção, disponibilidade e utilização dos dados. A governança de dados inclui o cumprimento de leis e regulamentações de privacidade específicas por setor e também novas leis e regulamentos de privacidade que regem como os dados de clientes, funcionários ou fornecedores são processados, armazenados, coletados e utilizados (no Brasil, a LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados).

 

Priorizar o plano de sucessão do CEO e o desenvolvimento de talentos

Devem existir processos robustos para o planejamento de sucessão do CEO, sendo esta uma importante responsabilidade do Conselho. É um processo dinâmico e contínuo, onde os conselheiros devem estar sempre pensando sobre o desenvolvimento de candidatos potenciais.

 

Possuir um plano de gerenciamento de crise e testá-lo

Mesmo as empresas mais bem preparadas enfrentarão uma crise; contudo, aquelas que reagem com prontidão e já fazem um bom gerenciamento de riscos, tendem a superar este tipo de situação.

A Administração deve considerar diversos questionamentos englobando as cadeias de suprimento, a saúde financeira dos fornecedores, os riscos geopolíticos, pandemias, desastres naturais, ataques terroristas e ameaças cibernéticas. O plano deve ser robusto, estar pronto para ser colocado em prática contemplando diversos cenários e periodicamente testado. Deve levar em conta a perda de infraestrutura crítica, por exemplo, redes de telecomunicação, sistemas financeiros, transportes e fornecimento de energia, além de processos de comunicação para manter os stakeholders informados sobre ocorrências inesperadas e a respeito da resposta da empresa.

 

Ser proativo no envolvimento com acionistas e outros stakeholders

Os investidores estão cada vez mais responsabilizando os Conselhos de Administração e questionando como as empresas estão adaptando as suas estratégias em relação às incertezas econômicas, geopolíticas e ao dinamismo do ambiente empresarial e de riscos deste ano.

 

Não sabemos qual será o impacto de longo prazo da pandemia sobre o gerenciamento de riscos, mas, no curto prazo, já notamos a necessidade de maior comunicação e alinhamento entre os conselhos, comitês e gestão executiva.

 

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Referências

  • “Conselho de Administração – Prioridades para a Agenda de 2020”

https://home.kpmg/br/pt/home/insights/2020/03/conselho-administracao-agenda-2020.html

  • Tone at the Top – O papel do conselho em um plano de auditoria interna em evolução

https://iiabrasil.org.br/

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